Quem Somos 🔎

Camila é do NORTE. Possui o impulso de voar. É de Porto Velho (RO), viveu lá até os 23 anos. Morou em Goiânia (GO), Manaus (AM), Belo Horizonte (MG) e realizou um intercâmbio por 5 meses em Toronto (Canadá). Atualmente mora em Taboão da Serra (SP). Aviadora de coração ama tudo que se relaciona com viagens.

Mariana é do SUL. Manezinha da ilha de Florianópolis viveu lá até os 26 anos. Morou em Londres por um ano, Porto Alegre por dois anos, Campinas por 5 anos e atualmente reside em Barueri/SP. Viajante incansável, adora fotografia, história e compartilhar suas experiências.

Em comum: Administradoras por formação, RH por profissão e viajantes por paixão.f3d53143-5d28-47d2-8562-6d92c893c6b8

AMOR À PRIMEIRA DECOLAGEM

Por Camila, do Norte

Viajar é essencial e inevitável para muitos de nós. É gostoso sair do mundo real de vez em quando, não é? Viajar é sempre despedir-se de algo, bom ou ruim: uma nova cultura, um novo desafio ou uma perda. Mesmo que seja por alguns dias, alguns meses, alguns anos. Após o retorno, nunca volto igual. Mas viajar de avião é a mais sensacional das alternativas pois, sempre me trouxe muitas emoções. E a partir dessas sensações que o ícone avião ficou atrelado a mudança para mim: cidades, trabalho, relacionamentos, estudos e passeios. Gosto de tudo que está relacionado a aviação: profissionais, máquinas, curiosidades e aeroportos.

Desde criança viajar de avião significa felicidade! A decolagem, o voo e o pouso desta maravilhosa máquina sempre me atraíram! Aaahh…vamos lá, é maravilhosa sim! O primeiro voo a gente nunca esquece. Não é como viajar de carro ou de barco. Você já conseguiu notar na expressão de adultos e crianças quando viajam pela primeira vez de avião? Tirando o medo que algumas pessoas possuem, para quem fica fascinado, o sentimento é indescritível!

Aos 20 anos fui trabalhar no aeroporto como estagiária da INFRAERO em Porto Velho. Esse foi o ápice e a certeza da minha paixão por este mundo de viagens. Entendi um pouco mais como tudo funcionava: como era operação de um aeroporto, as regras das companhias aéreas e os motivos pelos quais as pessoas viajam. Mas como meu contrato era em uma empresa pública eu não poderia ficar por muito tempo e comecei a buscar opções de trabalho, ainda dentro deste mundo da aviação.

Surgiu um concurso público regional para a Aeronáutica, para Controlador de Tráfego Aéreo. Ser militar? Aguentar pressão da hierarquia militar? Isso aí! Nunca fui muito adepta dos concursos públicos, mas neste caso, era especial, era diferente então, me dediquei e estudei. Eu não estava nem aí para o que me esperava, só queria entrar nesse mundo. E adivinhem só? Eu passei na primeira seletiva (provas escritas). A segunda seletiva, foi ficar alguns dias em Manaus para os exames médicos. Fácil né? Afinal, eu sempre fui saudável! Errado, eu tinha miopia. Aaaaaah, mas miopia não é problema, você com lentes corretivas enxerga normalmente. Fato. Mas o detalhe era que naquela época o Brasil passava por um momento chamado “Apagão Aéreo” (várias anormalidades no setor aéreo brasileiro) ou seja, os aeronautas estavam extremamente rigorosos com estes exames. Eu sabia do risco de ser reprovada, mas quis tentar mesmo assim. O que uma pessoa com apenas 5 graus de miopia poderia pôr em risco? Tudo né! Fui reprovada exatamente por isso.

Não demorou muito e surgiu um outro concurso público, desta vez para a própria INFRAERO onde eu ainda estagiava. Passei em 12° lugar e acho que não fui tão mal, mas para um concurso que não tinham a obrigação de chamar por ser “cadastro reserva”, sabia que jamais assumiria. O sonho de trabalhar com viagens, ficou adormecido, mas nunca esquecido então, desisti de concursos públicos nessa área e iniciei minha carreira profissional em empresas privadas.

Trabalhei como auxiliar administrativa, vendedora de bijuterias, bolsista de vários projetos de pesquisa na Universidade até a Gestão de Pessoas entrar em 2008 no meu cenário. Nesta área, comecei como estagiária de RH de uma grande multinacional que tinha acabado de chegar em Porto Velho. Nesta empresa, fiz carreira até assumir em 2011 um cargo regional de RH. E o que um cargo regional faz? Viaja MUUUUITOOOO e claro, trabalha muito também rsrs. Minha vida nômade iniciou e precisei sair de Porto Velho e iniciar esta nova fase profissional e pessoal em Goiânia (GO). Foi um dos períodos mais marcantes pois, conciliava uma paixão pessoal e profissional. Conheci muitas cidades brasileiras, principalmente indo a trabalho. Algumas vezes as viagens a trabalho eram bem rápidas, mesmo assim eu estampava a alegria de estar sempre em novo solo. Posteriormente, assumi outro desafio em outra empresa, realizando o mesmo trabalho regional e precisei mudar para Manaus (AM).

Nesta rotina de viagens corporativas fiquei por 5 anos. Mas como diria nosso querido Nando Reis, “tudo que acontece na vida, tem um momento e um destino” não pude mais ficar em Manaus e precisei retornar temporariamente (ou não) para minha terra natal, Porto Velho. Desde então, decidi compartilhar esses momentos viajantes. Teria eu como fugir dessa paixão?a5c479be-681b-4092-857a-fa0f247f7c6d


AMOR À PRIMEIRA DECOLAGEM

Por Mariana, do Sul

Minha vida de viajante começou tarde. Até meus 20 anos eu nunca tinha voado de avião. As viagens que eu fazia eram curtas e sempre por Santa Catarina e Rio Grande do Sul com a família. Toda vez que viajávamos era uma festa. E desde pequena eu já sentia que estar na estrada era muito prazeroso. Viajar, era descoberta, era conhecimento, curiosidade e desapego.

Meu pai conseguiu, após anos de muitas buscas e pesquisas (e sem ajuda da internet) a cidadania italiana e sempre me incentivou a viajar, mostrando o quão importante aquele passaporte poderia ser pra mim. Eu tinha tios que sempre compartilhavam suas viagens e histórias e eu me encantava com todas elas… viajava sonhando! No segundo grau pensei em diversas vezes cursar faculdade na Itália, os planos mudaram no percurso e comecei uma faculdade em Florianópolis, mas a ideia de viajar por um tempo nunca me deixou, eu precisava viajar!  E sentia que aquele era o momento.

Queria estudar inglês, tinha um passaporte europeu e meu objetivo era conhecer muitos lugares, logo Londres seria o destino ideal (mesmo com a libra nas alturas). Minha família muito me incentivou, uma amiga topou viajar comigo, tranquei a faculdade e comprei a passagem. Minha “primeira viagem” foi também minha primeira decolagem. Foi no dia 25 de julho de 2005 de Floripa rumo à terra da Rainha.  Neste dia, não podia imaginar o quanto minha vida mudaria. Foi em meio à turbulenta notícia do assassinato de Jean Charles de Menezes e após 20 dias das bombas no metro e ônibus de Londres que me despedi da minha família e fui viver um ano longe de casa. Foi sem dúvidas o ano que mais aprendi, amadureci e que me tornou UMA AMANTE INCONDICIONAL POR VIAGENS.

Tive a oportunidade neste ano de fazer inúmeras viagens e de conhecer o meu mundo. Aprendi a dividir, a renunciar e a acreditar que quando queremos algo, não tem nada nem ninguém que te impedirá. O MUNDO ERA PEQUENO DEMAIS!  Foi uma fase cheia de descobertas e transformação. Até hoje sinto no coração um apertozinho só de lembrar. Fiz amizades eternas, que ainda me orgulho em dividir momentos únicos e uma COLETÂNEA DE MOMENTOS para guardar no coração e contar aos meus futuros filhos e netos.

Voltei, mas a paixão por viagens, culturas, pessoas e o desconhecido nunca foi embora. Continuei viajando, mudando de cidades, sonhando e planejando os próximos destinos. O que mudou? Eu! Voltei uma pessoa melhor, mais interessante, mais sociável, mais aberta ao desconhecido, mais confiante, mais experiente e MAIS FELIZ.

E como diria Fernando Pessoa “PARA VIAJAR BASTA EXISTIR” ainda tenho muitas decolagens pela frente.

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