Quatro pactos em Varsóvia entre Guerra e Virtuosidade

A primeira coisa que me vinha à cabeça quando pensava em Varsóvia era o Pacto. De fato, havia estudado sobre a resposta da União Soviética à entrada da Alemanha Ocidental à OTAN, criando o bloco militar com os demais países socialistas na Europa, mas o que chamava atenção era menos a geopolítica e mais o poder do nome Pacto de Varsóvia. Esta elegância e potência te convida a conhecer a capital da Polônia, realizando seus “Pequenos pactos de Varsóvia”.

Praça do Mercado em Varsóvia e a Sereia, símbolo da cidade.

1o Dia

A chegada a Varsóvia seria de trem, diretamente de Cracóvia. O choque do polonês já estava cicatrizado e soubemos, inclusive, identificar pelo nome as estações oriental, ocidental e central da cidade. Como nosso hotel ficava bem próximo da estação ocidental, e o trem terminava na estação central, isso foi providencial para evitar um gasto adicional com um ônibus. O trem era vespertino e quando chegamos já de noite, o trajeto escuro pelo Parque Pieçiu Sióstr foi o suficiente de Varsóvia pelo dia cansativo. O pacto pelo descanso.

A chegada da cansativa viagem de trem entre Cracóvia e Varsóvia.

2o Dia

Já trocávamos mensagens com nosso guia de Varsóvia há alguns dias, mas só o encontraríamos no terceiro dia na cidade. Sua dica, no entanto, de não perder o Museu do Levante fez muito sentido. Estava claro desde Cracóvia que a II Guerra Mundial seria quase o único tema da Polônia e havíamos já encarado a fábrica de Oskar Schindler e Auschwitz na véspera e antevéspera. O Museu do Levante de Varsóvia, no entanto, consegue ao mesmo tempo contar a Guerra na Polônia, e sua história de fibra para retomar a cidade e resistir semanas contra Alemanha nazista e União Soviética em um cenário de holocausto e apartheid. Aqui você escolhe realmente mergulhar em entender a 2a Guerra Mundial como fator fundamental da nação polonesa hoje em dia. Pacto pela nação.

Monumento ao Levante de Varsóvia.

A Polônia é muito mais barata que os países da Europa Ocidental e seu câmbio é muito parecido com o real. Os restaurantes Milk Bar ajudam ainda mais a ter uma viagem barata, pois seu menu de comida estilo caseiro com muita batata e carnes caldosas sai bem em conta. Almoçamos, várias vezes, com R$ 50 o casal.

3o Dia

O dia em que encontramos o guia Greg, um polonês que falava português muito bem e nos apresentou a cidade, fazia um calor monumental, com repercussão em toda Europa, de fazer afirmar qualquer negacionista. Na cidade, vimos com Greg o Parque dos Banhos Reais, onde fica o Palácio Lazienki – criado pelo Rei Estanislau II Augusto, um patrono das artes e ciências, para sua residência de verão. O Palácio da Cultura e Ciência, já havíamos visto no dia anterior e passamos novamente na frente no caminho para a Cidade Velha, patrimônio mundial histórico e cultural da Unesco, desde 1966. O encontro do contemporâneo, da reconstrução pós-guerra, o construtivismo comunista e do medieval da Cidade Velha, faz de Varsóvia uma cidade única pra quem gosta de arquitetura.

Palácio Lazienki, no Parque dos Banhos Reais em um calor brutal em Varsóvia.

O calor persistia e após esse passeio, foi preciso um balde de cerveja. Pacto pelo refresco.

Pacto pelo refresco.

4o Dia.

Nos primeiros dias de Varsóvia, topamos com Chopin várias vezes. Nas incríveis faixas de pedestres que emulam teclas de piano, nos bancos musicais espalhados pela cidade e no belíssimo monumento a ele, que fica no Parque dos Banhos Reais (onde ocorrem aos domingos, concertos gratuitos com os maiores sucessos do virtuoso). A ida ao museu de Fredrik Chopin não era programada e foi natural, quase automática. Sua história, amores, canções, gêneros musicais, sua imagem como ícone pop estão todas lá. Pacto pela virtuose.

Piano de Frédéric Chopin no Museu de Chopin em Varsóvia.

Bônus

De Varsóvia, fomos para a pequenina e charmosa Poznan, que fica no meio do caminho para Gdansk. O canteiro de obras que encontramos por lá atrapalhou o visual do centrinho histórico, mas como estávamos armados do Poznan Card, foi possível utilizar o transporte gratuito que ele fornecia para explorar outros cantos da cidade. O passeio noturno nos brindou com uma festa dançante em praça pública e um boulevard com bares bem honestos com petiscos e cervejinha. Poznan é uma bela cidadezinha pra incluir no seu roteiro entre Varsóvia e Gdansk.

Mural famoso mundialmente no bairro de Sródka em Poznán, Polônia.

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